Os 7 pecados: Inveja

Inveja… Bem, quem nunca olhou para a grama do vizinho e a achou mais verde que atire a primeira pedra! A inveja pode mobilizar ou ser um trator que tudo arrasa. Frases aparentemente corriqueiras escondem aquela ponta de ressentimento que revela uma inveja bem escondida.
-“Mas, também, o que querem! Minha escolha não tem nenhum recurso! Falta tudo...”
-“Faço o que posso e o que não posso. Merecia uma medalha! As crianças chegam à minha sala sem terem nenhuma base. Mal sabem segurar um lápis!
– “As pessoas pensam que aqui é a Suécia. O que adianta comparar com os países do primeiro mundo? Se eu desse aula lá, também conseguiria ótimos resultados!
– “Se ao menos os pais fizessem a parte deles… Uma coisa é ensinar, outra educar. Agora preciso ser pai e mãe também. As crianças hoje são muito respondonas. Antigamente sim, dava para ser professor”.
Após reconhecer os sinais da inveja, veja o que fazer com eles!
O lado negativo: Todas estas frases – e acrescente muitas outras – revelam uma inveja subentendida: inveja de um tempo e de um espaço, muitas vezes, idealizados. Um tempo em que as estruturas familiares e sociais eram outras (para o bem e para o mal). Um espaço em que as relações econômicas eram diferentes. A inveja, assim, impede que você se defronte com a realidade, com o aqui e o agora: ao invejar, sonha por uma transformação quase mágica, com um “teletransporte”. Fica imobilizado. A inveja torna-se uma justificativa poderosa (pois verdadeira!) para impedir qualquer transformação.
O lado positivo: A inveja mostra que existe uma situação melhor, da qual você não faz parte. Uma situação que você gostaria de viver. É possível? Vejamos o que fazer! Analisando a situação: A inveja reflete uma situação insatisfatória. A insatisfação pode ocorrer na vida de uma pessoa, deixá-la amargurada, irada, deprimida. Ser realista significa enfrentar as limitações e ser um agente transformador. Vamos combinar: fugir não está entre tais possibilidades! O que podemos é aprender com aquela situação que invejamos.
Dica: Em primeiro lugar… Perceba que mesmo os países desenvolvidos, que tanto invejamos, possuem problemas sérios: as altas taxas de suicídio entre os estudantes japoneses; os  tiroteios nas escolas americanas; a burocracia nos centros educacionais nos
países nórdicos. Aliás, a série “Rita” apresenta uma professora que dá aulas na
Dinamarca e os múltiplos problemas que enfrenta. Vale a pena assistir.
Tal reconhecimento reduz a ansiedade e permite ver o que podemos aplicar,adaptando, à realidade brasileira. Assim, você pode conferir estratégias, maneiras de enfrentar os problemas, como utilizar materiais de baixo custo e como motivar crianças e jovens, sem ficar imobilizado.
Aprenda também com seus alunos. Assim como uma situação tem sempre dois lados – pontos positivos e pontos negativos – também as pessoas, os alunos, apresentam aspectos a serem valorizados.

Por mais que você queira reclamar, conte até dez para controlar a inveja e escute, com aquela audição total e atenta ao diálogo não violento, àquilo que seus alunos estão querendo comunicar.
Resultado: A inveja deixa de ser um pecado e passa a ser uma ferramenta transformadora. Você transforma-se na ponte entre uma situação desejada (invejada) e seus alunos. O gramado mais verde será aquele em que você pisa!

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